20 abril 2010

A cidade vista da torre dos Clérigos - V

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A sombra da torre esconde parte do pavimento da estreita e íngreme Rua da Assunção, enquanto o sol da tarde ilumina as fachadas verticais do casario.
Este correr de casas acompanha o traçado da muralha fernandina de que existem vestígios na última casa do lado poente, na Cordoaria, onde está instalado um pequeno café. A construção da igreja e da prodigiosa torre, fora da muralha, começada em 1732, é um indício de que a cerca medieval se tinha tornado pequena para conter o desenvolvimento da cidade de então.

14 abril 2010

A cidade vista da torre dos Clérigos - IV

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Olhando agora para sul observamos a Sé, multissecular e dominante, e o Paço Episcopal, majestoso e equilibrado. A meio da encosta granítica que sustém a catedral e a sede do bispado do Porto, à direita, está a Igreja do Colégio da Companhia de Jesus, ou de S. Lourenço, ou dos Grilos, nome que lhe calhou após a expulsão dos jesuítas pelo injusto e cruel Marquês de Pombal, governante que deixou no Porto uma marca de morte, de dor e de sangue.

Do outro lado do rio, no alto da escarpa fronteira, vemos o Mosteiro da Serra do Pilar com a característica igreja de planta circular. Ao fundo os edifícios que cresceram apressadamente à volta do eixo da Avenida da República, em Gaia.

Regressando à margem direita, olhemos o casario ao redor da Sé cujo traçado, contido outrora pela cerca primitiva, constitui o núcleo mais antigo do Porto. Naquele labirinto de ruelas, escadas, becos e pátios estão topónimos carregados de história, como Escura, Bainharia, São Sebastião, Pena Ventosa, Aldas, Pelames, Souto e Santana. O correr de fachadas em baixo pertence à Rua de Mouzinho da Silveira.

Como última observação, é notável a integração, neste conjunto, da belíssima torre da Casa da Câmara, reconstruída em 1995 junto à Sé, fruto da mestria do arquitecto Fernando Távora.

12 abril 2010

A cidade vista da torre dos Clérigos - III

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Depois de termos observado a cidade nas direcções nordeste e noroeste, olhamos agora para sudoeste, com o sol do meio da tarde pela frente. O que a foto tem de mais interessante, e pouco comum, é a vista conjunta do Douro - a alguns quilómetros da foz - e do Atlântico. O rio aparece-nos aqui diante de Monchique e do cais do Cavaco. No primeiro plano está o telhado do Palácio da Justiça e à direita, ao fundo, a Ponte da Arrábida e um dos molhes do Douro. Em frente, na penumbra, estão terras do Candal,em Gaia.

09 abril 2010

A cidade vista da torre dos Clérigos - II

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Diz-nos Sant’Anna Dionísio que a primeira escola superior, de relativo nível científico, criada no Porto nasceu de uma iniciativa da burguesia portuense. Em 1761, os negociantes mais representativos do velho burgo, dirigiram uma petição a D. José I requerendo autorização para construir e manter por sua conta duas fragatas de guerra, destinadas a proteger e a comboiar os seus navios de comércio que saíssem ou demandassem a barra do Douro. Um decreto real determinou a criação de uma “aula” designada Real Escola Náutica, que está na origem da Real Academia da Marinha e Comércio, para quem o edifício acima começou a ser construído em 1803, antes da primeira invasão francesa. A Real Academia foi mais tarde transformada em Academia Politécnica e, em 1911, na Faculdade de Ciências. Hoje o edifício alberga a reitoria da Universidade do Porto.

Esta citação, de verdadeiro poder e autonomia da velha urbe, não é despicienda ao observar o Porto numa altura em que a cidade atravessa, talvez, um dos períodos mais críticos da sua história milenar, confrontada com a pobreza, a desertificação, a falta de iniciativa, a ruína do centro histórico e da baixa, e a perda de poder face à inépcia dos seus supostos representantes políticos na capital, deslumbrados com as sinecuras do eldorado centralista.

Voltando à fotografia, no centro está a Boavista com o obelisco do Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, que durante decénios constituiu o ponto mais alto do local, difícil de distinguir no meio dos edifícios que entretanto por lá cresceram. No último plano, à esquerda, vislumbra-se no horizonte o azul de algo que continua a moldar a urbe, o oceano Atlântico.

06 abril 2010

A cidade vista da Torre dos Clérigos - I

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No primeiro plano, paralela à base da imagem, está a Rua das Carmelitas; a oblíqua é a rua de Cândido dos Reis. Ao fundo, no horizonte, da esquerda para a direita (se clicar na imagem, ampliando-a, verá melhor), estão as torres da Igreja da Lapa e, minúscula, a da Igreja Paroquial da Senhora da Conceição. Mais adiante vêem-se os plátanos da Praça do Marquês de Pombal; à frente destes está o edifício do Jornal de Notícias seguido da torre do edifício O Lar Familiar, em Gonçalo Cristóvão, e do Hotel D. Henrique. O prédio amarelo é o da Cooperativa dos Pedreiros, na Rua da Alegria. Mais à direita vê-se o arvoredo do Parque de S. Roque. Por último, erguendo-se sobre o perfil das serranias de Valongo está o edifício de um hotel, no Campo 24 de Agosto.