19 abril 2006

... e o Porto aqui tão perto

Uma alternativa aos grandes destinos de mini-férias



Em Lindoso, no Minho interior, é possível permanecer entre o céu e a terra, percorrer caminhos rurais e velhos trilhos de pastores, encontrar, na profundeza dos vales, riachos de águas límpidas a que as chuvas da Primavera concederam nova vida...



... cruzar açudes, contemplar moinhos que outrora produziram pão e mergulhar em piscinas naturais.



Este é um mundo envelhecido e desertificado que também está assinalado pelo espectro dos incêndios com data marcada. Aqui, bem ao lado da maior concentração de espigueiros em Portugal, produz-se, na Barragem do Alto Lindoso, o triplo da energia eléctrica do Alqueva. Para alimentar o litoral.



O Lindoso, que se notabilizou na defesa da linha de fronteira nacional...





... é hoje um paraíso perdido no silêncio dos cemitérios que nenhum tecnocrata de sucesso, no Terreiro do Paço, imaginará.

13 abril 2006

Um desejo chamado eléctrico



Estes simpáticos veículos começaram a circular no Porto em 1895, pela mão da Companhia Carris de Ferro do Porto. Durante a primeira metade do século passado acompanharam o crescimento da cidade ligando o centro às periferias.



Foram o meio de transporte por excelência, circulando rapidamente, para a época, numa rede com cerca de 130 km de extensão.



Penetrando profundamente na malha urbana e dela saindo desenvolto, o eléctrico ligava locais tão distantes como Santo Ovídeo à Ponte da Pedra e o Mercado de Matosinhos a Gondomar.



O ano de 1948 assinalou o começo do fim deste transporte tão popular, com a inauguração da primeira carreira de autocarros.



A agonia do eléctrico foi no entanto lenta. Foi preciso aparecerem os primeiros troleicarros - veículos silenciosos, movidos a tracção eléctrica, sem carris - no alvor dos anos sessenta, para se assistir ao desmantelar das linhas do amarelo.



Primeiro a de Gaia, através da Ponte Luís I, e mais tarde a de Gondomar. O desaparelhar das linhas não mais pararia, até à total paralisação destes atraentes veículos na cidade.





Em 2001 falou-se do regresso dos eléctricos à baixa e fez-se obra concreta: a reinstalação de linhas em ruas onde eles foram reis e senhores durante décadas. O projecto previa a ligação do funicular dos Guindais ao Carmo, uma ideia bem acolhida pela cidade.



Entretanto, com a mudança dos tempos políticos mudaram-se as vontades. As linhas do eléctrico, então instaladas, estão há anos sem utilidade.



Hoje, o que resta do carro eléctrico é uma porção da linha 1, a da marginal, que ligava o Infante a Matosinhos. Foi aí que curiosamente circularam os primeiros veículos em 1895. Percorrê-la entre o Infante e a Cantareira constitui um autêntico roteiro sentimental. Há ainda uma pequena ligação de Massarelos ao Carmo.



Quanto ao mais é nostalgia, e talvez um desejo também, o do Porto voltar a sentir os eléctricos a circular no seu centro histórico.

Agenda

A Ciência e a Cidade

A cidade, ponto de encontros e de desencontros, de partidas e de chegadas, mas também local de excelência da afirmação da cidadania e do florescimento cultural, foi-se tornando progressivamente no habitat da espécie humana, à medida que se caminha para o futuro. Nela ou nos seus arredores vive metade da população do mundo.

A ciência acompanhou esta evolução recente através da criação de novas tecnologias que facilitam a concentração de pessoas e de recursos, que criam e geram novos fluxos de ideias e de produtos. As cidades do futuro estão profundamente dependentes do esforço científico e da capacidade de o aplicar a condições de vida mais justas e solidárias: a ciência do século XXI será determinante para o pleno exercício da cidadania.

Deste modo, tudo o que move a cidade envolve a ciência e questiona o conhecimento científico. Mas as cidades não são todas iguais!
A abertura aos outros e ao mundo é a primeira condição da sustentabilidade. Esta atitude não escolhe capacidades - dos mais jovens aos menos jovens, todos são indispensáveis no processo de construção da Cidade Nova.


É com este mote que a Fundação Gulbenkian está a realizar um ciclo de debates intitulado A Ciência e a Cidade. O próximo é já a 19 de Abril, subordinado ao tema A Mobilidade. Seguir-se-ão até ao final do ano, O Ócio, O Mercado, O Génio, A Alimentação, O Plano e O Risco.

Os comentadores, moderados por José Vítor Malheiros, virão de áreas tão diversificadas como a engenharia, a arquitectura, a gestão, a sociologia, a cozinha, a fotografia, o design, a filosofia, os ralis, a informática, a economia e a farmácia, compondo um cenário promissor.

05 abril 2006

Painéis do Palácio Atlântico

A caixa de comentários está aberta a quem quiser contribuir para a interpretação dos painéis decorativos, em mosaicos cromados, do pórtico do Palácio Atlântico, na Praça D. João I, da autoria de Jorge Barradas.














Agenda

O corta!
festival internacional de curtas metragens do porto 2006

O corta! festival internacional de curtas metragens do porto 2006 define-se como o pulsar de algo que cresce e se multiplica. De cada edição anterior surgem novas ramificações que se desenvolvem e tocam na ideia seguinte.
É assim que o corta! se prepara para a sua quarta explosão de criatividade, entre 18 e 20 de Maio no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett.



O corta! é o único projecto de festival para o formato da curta metragem com sede no Porto. A sua integração na vida cultural da cidade ultrapassa claramente a mera apresentação de uma competição de filmes. Nos últimos dois anos foram muitas as escolas que participaram em eventos do corta! e muitos os alunos de audiovisuais, música, cenografia e representação que colaboraram e trabalharam com o festival.

Este ano haverá uma retrospectiva de David Cangardel, um dos realizadores favoritos do festival, uma mostra de curtas metragens da Lituânia, a exibição de filmes de escolas, workshops, uma exposição de instalações multisuporte interactivas, a produção de uma curta metragem num ambiente controlado - ao vivo e com acesso directo do público - e muito mais... O programa está aqui e o festival é gratuito.



Os Dias da Criação

A Incomunidade e a Casa da Eira Longa organizam Os Dias da Criação, a 13 e 14 de Maio de 2006 em Vilar, Boticas, Trás-os-Montes. A intenção é promover o conhecimento não telesabido, não intermediado por outdoors e outros folhetos que só é possível no estar ao vivo. Os organizadores apelam à presença diversificada de criadores galegos e transmontanos, nas distintas árias da criação: audiovisual, escrita, performance, música, pintura, fotografia, pensamento, artesanato e escultura. Apesar de se tratar de um encontro de âmbito regional, garantem que não haverá qualquer segregação relativamente à presença de criadores que fisicamente tenham nascido noutras paragens.